“O Serpinense foi a minha primeira escola….”

Depois de 2 anos em Serpins, o ainda juvenil Tony deu o salto para a Académica nesta temporada. Quisemos ouvir a sua opinião….

Tiago Adelino: Há quantos anos jogas Futsal?
Tony: Jogo Futsal aos 2 anos.


T.A : Quem foi o treinador que te lançou?
Tony: O treinador que me lançou no Futsal foi o Rui Ferreira, o actual treinador dos seniores femininos do Serpinense. Lançou-me quando eu ainda era iniciado.


T.A: Qual o teu ponto forte e o teu ponto mais fraco?
Tony: Penso que o meu ponto mais forte é a velocidade, apesar de achar que tenho uma boa técnica e de rematar bem com os dois pés, sendo destro. O meu ponto fraco é mesmo o feitio, a minha atitude dentro do campo, dito por toda a gente que me conhece e já me viu jogar, sou uma pessoa que “ ferve em pouca água ” e que dentro do campo se nota bastante, porque sou um jogador que não lida bem quando as coisas não correm. Não sou um jogador fácil, e sei o que tenho a modificar, para conseguir afirmar-me na Académica e para vir a ser alguém um dia no Futsal.



TA: O que é para ti o Serpinense?
Tony: O Serpinense é o clube que me lançou no Futsal. Posso dizer que foi a minha primeira “escola” ,foi onde eu aprendi as bases do futsal. Foi o clube onde eu ganhei alguma experiencia do que é jogar federado, jogar num campeonato a valer, vai ser para sempre a minha primeira equipa, e onde também conheci pessoas que se tornaram importantes na minha vida e que eu espero manter contacto para sempre. É o clube onde estão todos os meus ex companheiros de equipa, que se tornaram grandes amigos e que eu terei muito gosto em defronta-los, mas espero um dia ainda vir a jogar com alguns deles.



TA: O que entendes que esteja menos bem e o que poderia melhorar?
Tony: O que para mim esta menos bem é o apoio que dão à equipa. É uma equipa que quando perde ouve-se “é mais uma”, “já se estava a ver”, “não jogam nada”, “não ganham um”, mas quando se ganha só se ouve “vá lá, vá lá”, “eles ainda deviam jogar pior que vocês”, mas depois nos dias dos jogos não se vê ninguém a apoiar as equipas, todos sabem criticar, mas ninguém sabe apoiar. E acho que é mais culpa do clube do que das pessoas, uns simples cartazes com os jogos e horários de cada semana levava muito mais gente ao pavilhão. Para isso é preciso que quem esta por dentro do clube, desde treinadores até a direcção queira mudar e MELHORAR, mas quase ninguém se mexe para modificar o que esta errado. Penso que mais iniciativas por parte do clube, como o torneio deste ano, dava mais visibilidade e puxava mais jogadores e adeptos, são coisas simples que eu penso que iam melhorar as prestações das equipas e melhorar as condições do clube.



TA: Como se desenrolou o processo que te levou a ser jogador da Académica?
Tony: O que me levou a ser jogador da Académica foi um simples primeiro contacto durante o torneio de Serpins por parte do mister Pichel, onde me perguntou se gostava de fazer a pré-época na Académica, nomeadamente nos Juvenis e onde ficou com o meu contacto para me poder contactar quando fosse iniciar a pré-época. A pré-época começou no dia 30 de Agosto treino onde estive ausente, tendo comparecido no treino do dia 1 de Setembro pela manha, e no meu segundo treino, no mesmo dia a tarde, o mister falou comigo e perguntou-me se era mesmo o que eu queria, tendo dito logo que eu podia pedir a carta ao Serpinense, que iria ser inscrito pela Académica e que ele contava comigo para esta época.



TA: Qual a importância do teu treinador e da tua equipa para este passo que deste na tua carreira?
Tony: Eles são os principais responsáveis por este meu passo na carreira porque tudo o que sei devo a eles, treinador e equipa. Aprendi muito com eles, e se estou onde estou é graças ao que sei e principalmente ao que eles me ensinaram.



TA: Sei que ainda é cedo, mas para já qual a maior diferença que encontras entre a tua ex equipa do Serpinense e a actual da Académica?
Tony: O apoio, sem dúvida a maior diferença que notei na mudança. O apoio que as pessoas, os adeptos, os dirigentes e treinadores dão aos jogadores, faz com que seja uma equipa com confiança, com objectivos muito distintos do Serpinense, e esta foi a principal motivação para a minha mudança.


TA: No Serpinense há mais jogadores com potencial de dar um salto para um clube maior? Quem por exemplo? Porque?
Tony: Penso que sim, Temos o Paulo Seco um jogador com muita qualidade, um finalizador nato, mas mal aproveitado, penso que esta a ficar um bocado tarde para ele conseguir mudar-se para um clube maior. O Alexandre Salvador um jogador muito bom e dos melhores que eu já joguei tacticamente, muitos pontos acima de todos os outros, mas também começa a ficar tarde para a mudança, mas com qualidade para jogar em qualquer equipa. E o Kevin Marques um jogador excepcional com a bola nos pés, um óptimo finalizador, apenas deve ainda um pouco tacticamente, principalmente a nível defensivo, mas com as qualidades que tem acho que se consegue integrar em qualquer equipa.


Ta: Qual o teu desejo para o futuro em termos desportivos?
Tony: O meu desejo é conseguir integrar-me bem na Académica e assegurar o meu lugar na equipa. A largo prazo espero também conseguir um lugar na selecção distrital, e claro nunca parar de evoluir e ver até onde posso chegar.



TA: Pensas um dia voltar ao Serpinense?
Tony: Sinceramente não esta nos meus planos, mas um dia mais tarde quem sabe.



TA: Que recado deixas a todos os Serpinenses?
Tony: Deixo o incentivo para que vão ver mais os jogos, que apoiem mais o clube, e que não são só os seniores que jogam. O futuro do clube são os iniciados e os juniores, por isso penso que deveriam ter o mesmo apoio e tenham mais iniciativas, puxem jogadores para a equipa. E também não para todos os Serpinenses, mas para alguns, apoiem e fiquem contentes quando algum jogador evoluir e sair do clube para tentar mais, e que não aconteça o que aconteceu comigo, não façam coisas tristes, coisas que eram dispensadas, pensem que ao isto acontecer estamos a levar o nome do clube mais além, porque de certeza que isto irá voltar a acontecer com outros jogadores, e nós ao sairmos do clube não teremos vergonha nenhuma de dizer que viemos do Serpinense, sintam orgulho em saber que formam bons jogadores, e que um dia podem vir a dar o seu contributo de novo ao clube.

TA: Para finalizar breves palavras sobre:

O teu ídolo: O meu ídolo é a minha namorada que joga nos Seniores Femininos do Serpinense, adoro ver os jogos dela. Grandes jogadores e que eu aprecio muito são o Ricardinho e o Cristiano Ronaldo.

Serpinense: O Clube que começou a minha formação e onde jogam grandes amigos que eu desejo muita sorte para o futuro.

Académica: Aprendizagem, o meu futuro.

Sonho: Continuar a minha formação e pensar em mais.

Fair- Play: Algo que devemos ter dentro e fora de campo.

Leitão: Um treinador que tem muito para ensinar, mas que tem muito a mudar.

Futsal: Grande parte da minha vida, o meu sonho.


Depois de finalizada mais uma grande entrevista, ficamos com certezas que ainda há coisas a melhorar no Serpinense. Percebemos que o apoio nos jogos por parte dos adeptos não é o melhor. No entanto, e principalmente nas camadas jovens a culpa passa também pelos jogadores que deviam “puxar” mais os seus familiares a virem assistir aos seus jogos. Tenho a certeza que muito do apoio que é dado nos escalões de formação da Académica , é da autoria de familiares desses jovens jogadores. Ao Tony um muito obrigado pela sua entrevista , desejando a ele toda a sorte na sua nova aventura pois é um rapaz cheio de talento e que apenas precisa de ser trabalhado.

Para a próxima semana a não perder mais uma grande entrevista …