sexta-feira, 29 de julho de 2011

Entrevista a António Nogueira



Esta semana, resolvemos entrevistar algúem de fora do clube. Como tal , decidimos entrevistar o treinador da equipa do Chelo, o António Nogueira.
Desde já queria agradecer a disponibilidade e a simpatia demonstrada pelo António Nogueira ao aceitar este nosso convite de responder a algumas perguntas.
Porque não só se vive do talento técnico, aqui vai..



Nome: António Nogueira
Idade: 39 anos
Percurso:
2006/07 Chelo (6 jogos – 4 V – 0 E – 2 D) Divisão Honra A.F.C.
2007/08 Chelo (22 J – 7 V – 5 E – 10 D) Divisão Honra A.F.C.
2008/09 Chelo (20 J – 10 V – 2 E – 8 D) 1ª Divisão Distrital A.F.C.
2009/10 Chelo (28 J – 12 V – 4 E – 12 D) 1ª Divisão Distrital A.F.C.
2009/10 Chelo Iniciados (Finalista Vencido da Taça Encerramento)
2010/11 Chelo (Treinador Adjunto/Guarda-Redes).


1- Conta-nos um pouco do teu percurso no futsal…
Comecei no Futsal, na época 2002/03, ainda como Delegado, convidado pelos seccionistas da altura, para dar apoio aos Juvenis do Chelo. Mais tarde (2006/07), acabei por assumir o comando da Secção, para evitar que esta acabasse, uma vez que os homens que a tinham mantido estavam de saída, por motivos que só eles poderão explicar… isto coincidiu com a descida dos Nacionais da equipa sénior.
Na minha primeira época como Seccionista, dei como prioridade a implementação da formação dos jovens, para que no futuro se possa ter uma equipa sénior com pilares sólidos no âmbito da formação, acompanhando assim a evolução da modalidade, formação essa que até aquela altura, não existia, fazia-se só uma equipa de jovens para que estes estivessem “entretidos” e porque, segundo diziam os directores da altura, para terem uma equipa sénior nos Nacionais, era obrigatório ter uma equipa nas camadas jovens, daí a junção de uns “miúdos” para “brincarem ao futsal” no recinto de jogo.
Ainda nessa época e porque dos atletas seniores apenas cinco se tinham mantido, foi preciso procurar novos jogadores para se poder disputar o Campeonato. Muitos deles vieram do futebol, sem qualquer experiência no futsal (a não ser em torneios de verão) e outros subiram dos Juniores. Quanto á equipa técnica, precisávamos de um treinador, o que não era fácil arranjar, ainda por cima para trabalhar à “borla”, então a escolha recaiu sobre o Luís “Casaca”, indivíduo que tinha sido jogador e que se disponibilizou para desempenhar essa tarefa.
Nesse mesmo ano, houve um curso de treinadores de Futsal nível I, e tanto o “Casaca” como eu, decidimos participar e conseguimos chegar ao fim com aproveitamento. No entanto os resultados da equipa, não eram famosos e o Luís decidiu abandonar a sua função, assumindo assim o seu lugar, o então capitão de equipa, Cláudio Marques, que entretanto não quis ficar até ao final da época, temendo a divisão do grupo de trabalho, quando tivesse de tomar decisões mais duras. Foi então que a seis jornadas do final do campeonato, assumi os destinos técnicos da equipa, somando assim mais uma função ao meu trabalho no clube. Embora tivesse muito receio relativamente à minha prestação como treinador, porque não tinha experiência e ainda por cima estava a pegar numa equipa em lugares de descida e já no final da época, consegui com a ajuda dos atletas, garantir a manutenção, acabando o campeonato em oitavo lugar com 25 pontos, ganhando 4 jogos.
No ano seguinte e por ter gostado da experiência, continuei como treinador principal, aproveitando que a direcção do clube tomou conta da secção e me entregaram o comando técnico da equipa. Mesmo assim sabia que não tinha os conhecimentos suficientes para fazer uma campanha brilhante e embora tivéssemos sido consideradas uma das melhores equipas a praticar futsal, não evitámos a descida de divisão, em virtude da descida do Cernache dos nacionais.
Na época 2008/09, tentei fazer com que a direcção convidasse alguém com experiência para que o clube voltasse à divisão de Honra, até porque para mim era bom, aproveitava para aprender mais alguma coisa e ver formas diferentes de treino, mas mais uma vez por motivos financeiros, não se conseguiu “arranjar” ninguém e tive de ficar mais uma época. A mesma questão surgiu na época seguinte e mais uma vez, tive de ficar.
Na passada época, aí sim, apareceu o “Toninho” (António Santos) e pude ficar pela primeira vez como adjunto, situação que aproveitei para aprender e evoluir como treinador, é evidente que estamos sempre a aprender, mas a questão é que eu nunca tinha estado como adjunto de ninguém e esta foi uma oportunidade que eu não poderia deixar escapar. Quero aqui agradecer ao Toninho, que me “ensinou” coisas que eu não sabia nem iria tão cedo aprender, se não estivesse como adjunto de alguém.
Esta época vou regressar como treinador principal, e embora seja ainda um “maçarico” na matéria, já me sinto mais preparado, até porque aproveitei a época passada para me aprofundar mais em termos técnicos e tácticos. Vamos ver se as coisas correm bem...


2-Como te qualificas enquanto treinador?
Como te disse anteriormente, ainda sou inexperiente, mas com vontade de aprender e de evoluir, mas julgo que sou um treinador que nunca dá um jogo por perdido ou ganho, gosto que as minhas equipas lutem até ao fim e procurem fazer golos (afinal de contas, é esse o objectivo do jogo), que saibam manter a posse de bola quando necessário e gosto que pressionem o adversário quando não têm a bola, porque não ter bola é correr atrás dela e é não ter hipóteses de marcar.


3-Como se deu a tua chegada ao Chelo?
Eu casei em Chelo e como sempre gostei de desporto (quando mais jovem joguei Basquetebol, pratiquei Tae Kuon Do) fui-me chegando à colectividade e como esta só tinha Futsal e Futebol (esta já no final da sua existência), fui estando mais perto do Futsal, acabando por ser convidado para colaborar nos Juvenis.


4- Como são as pessoas de Chelo?
Muito complicadas, em Chelo são raras as pessoas da terra que fazem alguma coisa pela colectividade, mas as que de facto se dedicam, são muito competentes e apaixonadas pelo clube. As outras dedicam-se mais a falar mal de quem faz alguma coisa, mas isso penso que nos outros lados é igual.


5- O que se passou para o Chelo descer de divisão?
Se te referes à época que acabou, não sei, mas chegou-se a um momento em que os atletas se mostravam desmotivados e isso levou a que deixassem de aparecer aos treinos e consequentemente a que os resultados não aparecessem. Só para que tenhas uma ideia, nos últimos dois meses de competição, não se fez um único treino.


6-Quais são os teus objectivos para a próxima época?
Ainda não se sabe qual vai ser o quadro competitivo, mas se disputarmos a 1ª Divisão Distrital, o objectivo é subir e se nos deixarem, como campeões. Se disputarmos a Honra, então teremos de ser mais cautelosos nas nossas aspirações, mas olhando para a qualidade das equipas do ano passado, julgo que temos capacidade para ficarmos nos seis primeiro e até quem sabe nos quatro primeiros.


7-Para alcançar esses objectivos são necessários reforços para a tua equipa?
Sim, serão necessários reforços, mas também não serão precisos muitos, até porque não pretendo jogadores para fazer numero, o essencial será colmatarmos algumas saídas com jogadores de qualidade. Já temos alguns jogadores em agenda, falta-nos o sim deles.


8 - Quais são os teus objectivos para o futuro enquanto treinador?
Devido à minha profissão, não serão com certeza a de chegar a treinador profissional, mas o futuro a Deus pertence. Levo sempre a sério as actividades que me são confiadas e no futsal é igual, portanto para além do convívio, gosto de ser reconhecido pelo trabalho que faço, aliás como qualquer outro.


9 -Se tivesses que escolher um 5 base para as tuas equipas, qual seria?
Nunca pensei nisso, mas já que me pões a questão, cá vai: João Benedito, Caio Japa, Ricardinho, Falcão e Cardinal.


10- Ao longo destes anos Serpinense e Chelo tem travado grandes batalhas entre si. Como consideras os jogos entre estas duas equipas?
Essencialmente emotivos, na maior parte das vezes mal jogados, mas são sempre jogos de grande entrega de parte a parte e sempre com incerteza no resultado final. Deixa-me que te diga, comigo a treinador, o Serpinense apenas venceu uma vez para o campeonato (4-2 em Serpins na época 2009/10), uma vez para a Taça (0-2 em Chelo 2008/09) e empatou uma vez para o campeonato (3-3 em Serpins 2008/09 na 2ª Fase), de resto saí sempre vitorioso (na época 2008/09 em Chelo 5-4 e em Serpins 4-3 na 1ª Fase, 5-3 em Chelo na 2ª Fase e em 2009/10 em Chelo 1-0, todos para o campeonato. Para a Taça, em 2008/09 em Serpins 2-1), como vês todos eles, resultados equilibradíssimos.


11-Achas que o Serpinense tinha equipa para continuar na Divisão de Honra?
Muito sinceramente, julgo que não, não que não tivesse qualidade no plantel, mas o sistema de jogo que a equipa tinha, na Honra é complicado singrar, até porque as equipas são mais experientes e não permitiam ao Serpinense sair tão facilmente em contra-ataque. Se fizeres uma análise à época, verás que no inicio do campeonato o Serpinense andou no topo da tabela, fruto do contra-ataque mortífero, mas depois os adversários começaram a saber como jogavam e sendo um pouco mais pacientes, conseguiam impedir esses contra-ataques, o que obrigava a que a vossa equipa subisse mais no terreno, deixando muitas abertas nas costas, daí os resultados... Atenção que não quero ser mal interpretado, mas esta foi apenas a minha leitura do vosso campeonato.


12- A teu ver, quais achas os pontos fortes e os pontos fracos da equipa do Serpinense?
Como te respondi na pergunta anterior, julgo que a forte defesa atrás da linha 3, dando pouco espaço para que o adversário penetre em zona de finalização, foi de facto o ponto mais forte, pelo contrário, o mais fraco, julgo ser a pressão alta, que obriga os atletas a fazerem muitas faltas e permite muito espaço aos adversários.


13-O que achas do futsal em Coimbra?
O futsal em Coimbra está novamente a regredir, pelo menos, no que diz respeito às competições distritais e na camada de seniores. Primeiro porque os clubes não têm dinheiro, o que faz com que o investimento na modalidade diminue, obrigando a que os atletas com qualidade procurem clubes de outros distritos. Quanto às camadas jovens, julgo que aqui sim, se nota uma forte evolução, com créditos para os clubes que continuam a investir neste sector, formando bons jogadores, o problema continua a ser o aproveitamento que se faz desses atletas, mas isso é outra questão.
A falta de “competência” da AFC, também se reflecte, nomeadamente nos custos, na falta de dedicação à modalidade e na constante mistura do Futsal com o Futebol, na calendarização dos campeonatos, que continua a ser feita à revelia dos interesses da modalidade e sem consulta aos clubes envolvidos.


14- Queres destacar aqui 2 ou 3 pessoas de Coimbra ligadas ao futsal, pela sua qualidade e trabalho nesta modalidade? (jogadores, dirigentes, etc.)
Quero salientar o importante trabalho desenvolvido pelo professor João Veloso e pelo João Jorge no que diz respeito à formação de atletas, gostaria de salientar o trabalho da C.P.Miranda do Corvo e do C.S.São João também na formação de atletas. Relativamente a dirigentes, não estou a ver nenhum com serviços prestado à modalidade, que se destaque em relação a outros, pelo que estar a nomear um ou dois, poderia estar a ser injusto para com outros e não o pretendo fazer.


15 -Gostarias de dizer mais algo que ficou por dizer?
Apenas quero referir as boas relações que tenho com todos os envolvidos nesta modalidade, o convívio que se gera antes, durante e no final de cada jogo, o que é sempre salutar e desejar a todos uma boa época desportiva, com fair-play e o mais importante, que ninguém se aleije.


16- Deixa uma última palavra a todos os amantes do Futsal …
Quero pedir a todos para não desistirem de uma modalidade tão apaixonante como é o futsal, mesmo nestas alturas de crise e mesmo que as instituições com competências, tenham a tendência de apoiar mais outras modalidades que nada têm a ver com o futsal, na ignorância de pensarem que é tudo o mesmo.


E assim chegamos ao fim de mais uma entrevista…
Volto a agradecer o contributo do António Nogueira por ter dado um pouco do seu tempo a todos nós. Esperamos também que tanto Serpinense como Chelo continuem a proporcionar grandes jogos entre si e que no final todos alcancem os seus objectivos !


Tiago Adelino

terça-feira, 19 de julho de 2011

Licenciado !



Hoje é o fim de mais uma etapa na minha formação. A partir de hoje, sou Licencidado em Animação Socioeducativa, na Escola Superior de Educação de Coimbra com media de 14valores e com nota final de estágio de 18 valores. É sem dúvida um motivo de orgulho para mim, pois consegui ao longo destes 3 anos aliar os estudos ao Futsal.
Decidi postar isto, pois espero ser um exemplo para todos os que praticam esta modalidade. Desistir nunca será o melhor caminho, pois para quem realmente gosta há sempre um tempo para os estudos e para o Futsal !

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tiago Adelino é o treinador dos Juvenis para a época 2011/2012




Treinador : Tiago Adelino
Treinador ADJ : João Bitor
Treinador GR. : Pedro Lucas

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Apresentação do projecto “Uma ADS de todos e para todos”

A Associação Desportiva Serpinense, fundada em 19 de Setembro de 1953, teve e tem tido ao longo da sua história, um importante papel de “auto regulação da sociedade”, através de acções que contribuem para criar espaços de partilha, pontos de encontro, dinâmicas desportivas, recreativas e culturais.
Não podemos esquecer o passado, a história e as pessoas que tanto lutaram para que a Associação Desportiva Serpinense hoje exista e a essas estamos gratos.
A construção do campo de futebol e a sede, sita em Vale de Madeiros, marcou o arranque da nossa Associação.
Espaço que em tempos foi fundamental para o desenvolvimento da actividade da Associação Desportiva Serpinense, no entanto, os tempos mudam e hoje a realidade é outra.

Com a apresentação deste projecto ao qual chamamos, “ Uma ADS de todos e para todos”, não queremos romper com o passado, mas sim valorizar o que se fazia no passado, isto é, não basta termos um salão para ao domingo nos encontrar-mos. Os tempos de hoje exigem muito mais.
A Associação Desportiva Serpinense, é de todos nós e deve contribuir para unir as pessoas e não as afastar.
O projecto que de imediato apresentaremos, foi elaborado e pensado, com o objectivo de unir as pessoas, melhorando as condições desportivas da Associação Desportiva Serpinense, criando infra-estruturas que não existem em Serpins.
Infra-estruturas que servirão de apoio para todos, nomeadamente escolas, idosos, crianças, instituições da Freguesia de Serpins, toda a população em geral.
Estamos cientes, que é um projecto ambicioso, gostaríamos de fazer mais, mas temos que nos centrar naquilo que é essencial, porque o dinheiro não chega para tudo.


Projecto propriamente dito:
1 - A Direcção da Associação Desportiva Serpinense, propõe a esta Assembleia, a alienação de património, isto é, a venda do campo de futebol e sede, sita em Vale de Madeiros.
A nossa pretensão da venda do campo de futebol e sede, prende-se com o facto de hoje não fazer sentido mantermos um espaço que de nada nos serve, onde podemos investir o dinheiro da venda, no Pavilhão Gimnodesportivo de Serpins, garantindo o futuro da Associação Desportiva Serpinense, e conforme já dito a criação de infra-estruturas de apoio para todos os Serpinenses.
De sublinhar que a ADS não tem nenhum acordo com ninguém, qualquer pessoa pode apresentar a sua proposta, por esse motivo também, irá ser marcada uma assembleia para continuação da discussão deste projecto e posto a votação, deixando assim também uma margem para nos chegar propostas pelo terreno.
Caros sócios, estarão a perguntar nas vossas cabeças...vendemos e ficamos com o quê em troca?

A nossa proposta a esta Assembleia, é no sentido do dinheiro que advir da venda do campo de futebol e sede, ser aplicado em obras no Pavilhão Gimnodesportivo de Serpins e espaço envolvente.
A Associação Desportiva Serpinense, investe o dinheiro, em troca da celebração de uma escritura pública de contrato de comodato (já apresentado na última assembleia da ADS) com a Junta de Freguesia de Serpins, legitima proprietária do Pavilhão Gimnodesportivo de Serpins e terreno envolvente (a ser discutido e aprovado em assembleia da Junta).




Caros sócios, obras a executar:
Conforme PLANTAS em anexo, não consta o actual estacionamento de cima:
TRABALHOS A REALIZAR (resumidamente)

1. Colocação novo piso interior Pavilhão,
2. Adaptação da bancada (conforme desenho em anexo),
3. Criação de uma sala de ginástica (conforme desenho em anexo),
4. Criação Parque Sénior,
5. Construção Parque Infantil,
6. Construção esplanada para o Bar,
7. Remodelação do Bar,
8. Melhoramentos 1.º andar,
9. Na sala que está a ser ocupada pelo Rancho, adaptar para arrumo e criação de acesso independente à rua,
10. Na actual esplanada, fechar com alumínio,
11. No actual estacionamento de cima/parte de cima (não tem planta em anexo)
o Retirar os cedros e fazer murete igual ao de baixo e colocar rede igual
o Pavé na zona estacionamento;
o Alcatroar na zona circulação;
o Nivelar tudo junto nova escada;


Na sequência das obras, material a adquirir/colocar:


- Bancos balneários novos.
- Material urbano (bancos jardim, papeleiras, mesa de jardim, porta bicicletas, ponto de água).
- Material para sala ginástica.
- 2 Computadores a colocar zona do Bar para pesquisa de internet (grátis).



PLANTAS



Piso 1




Piso 0




Nota: as obras a executar poderão sofrer alterações consoante o valor da eventual venda do campo de futebol e sede, no entanto, admitimos que a bancada fique como está, sofrendo apenas ligeiras adaptações com vista a um aumento da segurança e a esplanada poderá ser mais pequena.
Caso isso se verifique, a sala de ginástica poderá ser maior.


Pavimento Pavilhão


exemplo, as cores podem ser outras)



PARQUE INFANTIL
(Dentro desta linha)

Equipamento principal:



Outros equipamentos:









PARQUE SENIOR
(Dentro desta linha)



Zona relvada

Equipamentos:











SALA GINÁSTICA(Dentro desta linha)







Campo exterior (futsal e ténis)
dentro desta linha)




Caros sócios, amigos, simpatizantes e população de SerpinsEste projecto ao qual designamos de “Uma ADS de todos e para todos”, é efectivamente muito importante quer para a ADS, quer para a população de Serpins.
Apelamos assim a todos vós para nos apoiarem neste projecto que é de todos, fazendo-nos chegar as vossas opiniões.
Aos sócios da ADS, apelamos em especial, para que nos apoiem e compareçam massivamente na Assembleia Geral da ADS, aquando da votação.

A quem estiver interessado em apresentar uma proposta, para aquisição do campo de futebol e sede, deve o fazer até ao dia 14/08/2011, por carta dirigida à Associação Desportiva Serpinense, Pavilhão Gimnodesportivo Serpins, 3200 Serpins.



Com os melhores cumprimentos,
Serpins, 14 de Julho de 2011,

O Presidente da Associação Desportiva Serpinense,

Paulo Simões

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Entrevista a Firmino Serra (Olavo)



Depois da entrevista ao nosso treinador Miguel Melo, seria interessante chegar à conversa com o antigo treinador da equipa Senior Masculina, o Firmino Serra , mais conhecido no mundo do Futsal por Olavo. Desde já queria agradecer o seu tempo e dedicação, pois é sem dúvida a entrevista mais completa e pormenorizada jamais feita no Serpinense.


“Antes de mais, um pedido de desculpas e um agradecimento ao Tiko. Ao longo destes anos ele tem tentado que eu desse uma entrevista, ao qual eu nunca acedi, a última que dei foi em 2008, ainda enquanto jogador, mas enquanto treinador nunca o quis fazer, independentemente do que diziam, tal como nunca escrevi em lado nenhum sobre a ADS, sobre os jogadores, sobre a direcção, fosse com o meu nome ou não, embora nunca fosse capaz de o fazer por trás de um nome falso ou qualquer outra coisa. Mas passado todo este tempo acedo à sua insistência, como um acto de despedida…”

1.O que foi para ti a ADS, uma vez que já estás ligado a este clube à tantos anos?
A ADS é uma espécie de segunda casa, foi um clube que me acolheu, mas também, gostaria de acreditar, que ajudei a desenvolver e a crescer. Apesar de não ter sido o primeiro clube que representei, será sempre o que mais me marcou, e consequentemente o meu clube do coração. Se é verdade que, no que diz respeito ao futsal, ajudei a criar e a solidificar ao longo do tempo, considero que ADS tem grandes potencialidades e além de poder crescer no desporto, alargar a sua actividade a outras áreas para além do futsal. No fundo, para mim, a ADS é o meu clube, não será a minha vida, mas faz parte dela, e fará sempre, esteja onde estiver.

2.Durante este tempo todo, gostaste mais de representar a ADS enquanto jogador ou enquanto treinador?
Não se pode comparar, ou nem tem comparação para mim. São funções diferentes em que ambas me deram muito prazer em desempenhar, especialmente por ser no meu clube de coração. É verdade que implicam actividades diferentes e consequentemente responsabilidades diferentes, mas não consigo escolher uma em detrimento de outra. Adorei sempre o jogo em si mesmo, e praticá-lo enquanto atleta foi um privilégio, no entanto, é preciso saber que essa prática não dura sempre e num determinado momento considerei que seria mais útil, não só para mim como para o clube, continuar ligado à modalidade noutras funções. Ser treinador exige mais responsabilidade, mais cérebro do que pernas, e as minhas pernas, às vezes, ou melhor, muitas vezes já falhavam. No entanto, sempre achei que poderia dar mais à modalidade no plano teórico do que prático, e nesse sentido deixar de ser atleta para ser treinador não custou muito.

3.Na altura em que deixaste de jogar, não pensas que foi um pouco prematuro deixar de jogar tão cedo, sabendo de antemão que o Futsal é uma modalidade que se pode praticar até perto dos 40 anos?
Primeiro, nem todos podem ou conseguem praticar a modalidade até aos 40 anos e eu mesmo que quisesse, de certeza não conseguiria. Depois, eu não era nenhum jogador por aí além, sim compreendo o jogo na sua essência mas nunca fui um executor de excelência. Como disse antes, sempre considerei que seria mais útil e melhor como treinador do que como atleta, e continuo a achá-lo.

4.Foi muito difícil, deixar de jogar e passar a treinar os antigos colegas de equipa?
Não, não foi. Deixei de fazer algo que gostava para fazer outra que também gostava, e mais que tudo ligado a uma instituição que gostava e gosto ainda mais. Para mim a mudança de funções e consequentemente a mudança de hábitos e forma de estar nunca foi problemática. No entanto, para alguns jogadores, pelo menos no início, talvez tenha sido, mas não tanto por mim, mas pelas diferenças na forma de gerir a equipa, em relação ao que os jogadores estavam habituados.

5.Como te qualificas enquanto treinador?
Não é fácil falar de nós próprios, é sempre melhor que sejam os outros a fazê-lo, ou então deixar que sejam as nossas acções a falar por si. No entanto, e já que esta é uma entrevista de excepções, no contexto geral considero-me um bom treinador, não sendo no entanto, nada do outro mundo. Acima de tudo considero-me uma pessoa justa e coerente com os meus princípios de vida, e como tal, também o sou enquanto treinador. No plano meramente desportivo considero que sou bom no aspecto técnico-táctico do jogo e na análise do jogo em si mesmo, bem como na gestão desportiva. Tenho no entanto lacunas na componente física, nomeadamente na preparação física.


6.Que balanço fazes destes 3 anos enquanto treinador da equipa sénior masculina da ADS?
Pode-se dizer que chegou ao fim um ciclo, aquele que eu considero ser o terceiro ciclo da Associação, no que diz respeito ao Futsal, não querendo dizer com isto que sejam ciclos separados sem qualquer ligação uns com os outros.
Um primeiro ciclo, que se inicia com a fundação da secção de futsal, da qual também fiz parte, liderada pelo Luís Vaz e pelo Arturinho. Nesta fase demos os primeiros passos no Futsal, jogávamos o jogo pelo jogo, subimos e descemos, mas acima de tudo o desporto era um divertimento. Depois houve uma mudança, apostou-se no desconhecido, uma incerteza que se revelaria um pouco amarga. Não se pode dizer que esse ano tenha sido uma nova fase, mas sim um interregno, que também serviu para aprendermos, e se aprendemos.
No final dessa época foi-me proposto treinar a equipa sénior da ADS. Nessa altura recusei, por um lado sentia-me bem ainda a jogar, achava que era muito cedo para ser treinador com os jogadores na fase em que estavam, mas acima de tudo recusei porque sabia do desejo do Luís em voltar a treinar. Assim, continuei a jogar, acumulando igualmente as funções de treinador adjunto e as de treinador da equipa juvenil primeiro e posteriormente da equipa júnior. Desta forma, iniciou-se uma segundo ciclo, que apesar de ter o mesmo treinador, era uma realidade bastante diferente da anterior. Havia jogadores novos, mas acima de tudo o futsal tinha mudado muito, principalmente do ponto de vista táctico. Ao final de dois anos, pouco tempo antes do final da época, a direcção abordou-se informando que desejavam mudar de treinador e como tal continuavam a querer, como dois anos antes que fosse eu a assumir o comando técnico da equipa. Nessa altura informei a direcção que não concordava com a saída do Luís, que acreditava que ele tinha condições para continuar a treinar, mas que na eventualidade da sua saída ser consumada, que aí sim assumiria a equipa, mas que não me envolveria no processo, já que não concordava com ele. Muitas questões se levantaram e suspeições acerca do meu eventual envolvimento, mas a verdade é que não me meti no assunto. No final da época a saída do Luís acabou por acontecer e dessa forma tornei-me treinador da equipa sénior da Associação Desportiva Serpinense, dando-se início a um terceiro ciclo.
Criei então um projecto a três anos que envolvia diversos aspectos, não só no campo competitivo, mas também em aspectos estruturais, que pretendiam tornar a Associação auto-suficiente no futuro. Em termos desportivos, a primeira época serviria acima de tudo para mudar a forma de gestão da equipa, criar um grupo em que todos se sentissem importantes, independentemente de jogarem ou não, bem como mudar o sistema de jogo, algo que sabia que não se faria de um momento para o outro, mas que para mim era indispensável para o futuro, uma vez que o futsal tinha mudado muito, na forma como se praticava. Claro que sempre que se entra em campo, o pensamento, desejo e ambição é ganhar e eu não sou diferente, nem os jogadores, mas não era esse o principal objectivo. Na segunda época, com os novos valores e princípios assimilados, para além do equilíbrio no plantel, pelas mudanças de gestão, apostaríamos nos resultados, e lutaríamos pela subida de divisão, para na terceira época tentar consolidar a ADS na divisão de cima. Ao mesmo tempo da segunda para a terceira época contaria que alguns jogadores abandonassem e dessa forma na terceira época a renovação do plantel estaria totalmente concretizada. Paralelamente deveria haver uma aposta na formação de modo a que o clube pudesse ser sustentável em termos de jogadores. Os clubes actualmente não podem andar a contratar e pagar a jogadores e assim sempre defendi a formação, sendo que contava que na terceira época o plantel fosse composto por três guarda-redes, quatro jogadores com menos de 22 anos, oriundos da formação, quatro entre os 23 e 27 anos e quatro com mais de 28 anos, assim teria-se a experiencia, a juventude e futuro, sendo a base da equipa esses jogadores intermédios, e com o passar do tempo chegariam mais jogadores das camadas jovens, os antes mais novos passariam para um patamar intermédio e por aí adiante. Assim estaria sempre garantida uma continuidade e sustentabilidade do clube. A teoria acabaria por ser bem diferente do que estava inicialmente delineado em vários aspectos.
Assim, na primeira época, a mudança acabou por ser mais célere do que eu imaginava, no entanto a forma de gerir a equipa encontrou maior resistência do que esperava, no entanto, há princípios como a igualdade, trabalho e dedicação, das quais nunca abdiquei. Ainda assim, chegamos à final four, pela primeira vez na nossa história, e com uma grande vontade de voltar. No campeonato lutámos pela subida até ao final. No último dia da época um dos jogadores informou-se que deixaria de jogar, decisão essa que eu apoiei, uma vez saber das suas razões e concordar com elas. Nesse sentido, falei com um jogador de Serpins, cujas características se assemelhavam ao jogador que saia e dessa forma estava tudo pronto para a segunda época, onde sempre disse contar com todos os restantes jogadores.
Dias antes do início da nova época e mesmo depois de já ter começado a época, alguns jogadores informam-me que não iriam jogar, o que na altura nos deixou com um problema nas mãos. Ir buscar jogadores de fora não era o que eu mais defendia além disso já tinha começado a época dos outros clubes, adaptar jogadores que nunca tinham jogado era uma via mas que não seria fácil, já que a adaptação por vezes demora muito tempo. Assim, tomei uma decisão, antecipar todo o plano de renovação que tinha previsto. É verdade que esta opção nos poderia levar a uma época mais complicada em termos de resultados, mas seria o melhor, na minha óptica, para o futuro e assim apostar desde logo em jogadores mais jovens e da casa. A época, apesar de alguns altos e baixos acabou por ser bem melhor do que o inicialmente esperado, no entanto deixou-me muito triste as críticas que a equipa, na parte final de época, recebeu, seja a jogadores, direcção e até mesmo a mim. Triste, porque as pessoas fizeram insultos sem razão, com o único intento de destabilizar e por maldade. E na altura disse, que não admitia críticas a jogadores que davam parte do seu tempo, por vezes com prejuízos pessoais e financeiros, críticas essas feitas por pessoas que só queriam denegrir o clube, que nada davam ou deram ao clube, mas pelo contrário, receberam muito do clube. Nessa época só ficaram à nossa frente clubes que pagavam a jogadores, que em muitos casos pagavam a jogadores consagrados que nem sequer treinavam, apenas jogavam e por isso considerei as críticas injustas. Acabamos por subir de divisão na secretaria é verdade, mas do meu ponto de vista foi algo justo, uma vez que premiou a nossa forma de estar e de gerir. Porque os clubes que ficaram à nossa frente, graças a esses pagamentos desistiram por dificuldades económicas. Fui e serei sempre a favor do trabalho, de rentabilizar os recursos que se tem e não de procurar os resultados fáceis e a curto prazo. Assim, mesmo indirectamente, acabamos por atingir os objectivos gerais que tinham sido traçados dois anos antes.

7.Como classificas a prestação da equipa sénior masculina este ano?
No seguimento do que referi na pergunta anterior, partimos para a terceira época com o objectivo de solidificar a posição da ADS na Divisão de Honra. Foram feitos alguns ajustes no plantel, com a saída de alguns jogadores e o regresso de jogadores que eu considerava terem grandes potencialidades futuras na modalidade e a vinda de novos atletas com igual potencialidade, apesar de saber que a sua rentabilidade desportiva não seria sentida no imediato, devido á necessária adaptação a esta modalidade.
As coisas não começaram muito bem, uma vez que a participação na divisão de honra, fez-nos mudar tudo o que estava delineado em termos de planificação, mas começamos muito bem a vertente competitiva, e mais ou menos a meio da primeira volta estávamos nos primeiros lugares da classificação, nomeadamente em terceiro a poucos pontos do primeiro e na altura com um jogo a menos. Mais do que a classificação propriamente dita, estávamos a jogar um futsal quer individualmente quer colectivamente muito bom e a demonstrar uma maturidade de jogo ainda melhor, algo que eu sempre disse ser a maior lacuna na ADS. Na altura ouvi pessoas dizerem que era para subir para a Nacional, algo que sempre disse ser prematuro pensar e dizer e que as coisas não eram bem assim, claro que lutávamos para ganhar todos os jogos, mas para jogar na nacional é preciso algo mais, além do trabalho na vertente desportiva a ADS precisa de mais noutras vertentes. Até que a meio da primeira volta, num jogo em casa, acontece algo, que do meu ponto de vista, marca e muda na nossa performance e desempenho competitivo, mas também marca o próprio campeonato. No jogo em questão, dois adeptos invadem o campo e agridem o árbitro, algo que todos nós lamentamos e reprovamos. Claro que ficámos sujeitos a uma punição financeira, a luz dos regulamentos e até de interdição do próprio campo, mas eu não estava preparado para outro tipo de punição que veio posteriormente. No jogo seguinte fora, fomos claramente e propositadamente prejudicados e no final do jogo a equipa de arbitragem dirigiu-se a nós e apenas disse: “tragam agora os vossos adeptos para nos baterem”. Só aí percebi que as coisas seriam bem mais complicadas do que era suposto. Durante dois meses e meio não somámos qualquer ponto, o que nos atirou dos primeiros lugares da classificação para os últimos. Em praticamente todos os jogos eram expulsos um ou dois jogadores, muitas vezes sem razão para tal, chegamos a estar a ganhar 2-0 a meio da segunda parte, sem o adversário ter feito qualquer remate à nossa balizar e num ápice sem saber bem como e porquê ficar a jogar com dois jogadores de campo. Cheguei a pedir a todos o máximo controlo nos jogos fora para ou menos tentar discutir o resultado nos jogos em casa mas as coisas não eram fáceis. Perante tais injustiças no desenrolar dos jogos, acabamos por não ter o controlo emocional que seria necessário, e isso leva a erros e falhas. Eu próprio tive dificuldades em lidar com tudo isto, e por vezes também perdi, por momentos, esse controlo. Nesta fase escrevi uma carta, assinada por todos os jogadores, ao Presidente da Associação de Futebol de Coimbra e ao Presidente do Conselho de Arbitragem, mas as coisas continuaram. Não deixámos de saber jogar de um dia para o outro, de uma semana para a outra. Com tudo isto, além do descontrolo emocional alguns jogadores começaram a desmotivar e o trabalho ou a forma de o executar também começou a ser diferente. A verdade é que eu era o responsável pela equipa e nunca fugi às minhas responsabilidades, e como tal, assumirei sempre essas mesmas responsabilidades. Acabei por não ter a capacidade de manter o balneário unido, de conseguir fazer com que os jogadores mantivessem o controlo emocional, não consegui manter os jogadores motivados, nem consegui transmitir a confiança para lutar contra as adversidades, e também por isso decidi sair. Em termos pessoais nunca desisti de tentar lutar e dignificar o clube que tanto gosto.
No contexto geral, a época acabou por ser negativa, uma vez que no final não se atingiram os objectivos que eu próprio delineei, e por isso considerei ser mais útil para a equipa a minha saída, para além do facto de haver um certo desgaste, até porque, não só já conheço demasiado bem os jogadores como eles a mim e isso, por vezes, poder levar a algum relaxe, por isso defendi a vinda de alguém de fora, que não tivesse nenhuma ligação ao clube. No entanto, houve coisas positivas, principalmente na parte final a integração dos juniores (Xano e Paulo) e a demonstração das grandes potencialidades que têm para o futuro da ADS e também do bom trabalho que tem estado a ser feito na formação.
No final da primeira fase do campeonato e numa altura que ainda estava ao nosso alcance a manutenção, eu decidi que deveria sair no final da época, que tal decisão seria o melhor para o clube, mas confesso que também por sentir alguma desilusão com o próprio desporto e com tudo o que estava a acontecer dentro e fora do clube. A dois meses do termino da época e pelo facto de estarem a acontecer algumas coisas que considero bastante negativas e lamentáveis, como pessoas ligadas ao clube estarem a tentar desestabilizar ainda mais a equipa, tendo em vista alguns benefícios pessoais, bem como o facto de jogadores deixarem de usar o balneário para discutir questões ligadas à equipa para o fazerem cá fora e publicamente, eu reuni com os capitães de equipa e com o jogador mais velho na equipa, informando-os da minha decisão e pondo à sua consideração se o melhor seria esperar até ao final da época ou sair no imediato, uma vez que sabia o que alguns jogadores tinham feito e poderia ser problemática a convivência até ao final, pelo menos para eles. Foi consensual que deveria continuar até ao fim. Nesse mesmo dia contactei o Presidente informando-o da minha decisão e da conversa que havia tido com os capitães de equipa. Nesse momento foi-me dito para não me precipitar e que continuavam a querer que eu continuasse, no entanto continuei a insistir que a decisão estava tomada. Nunca quis que os outros jogadores soubessem dessa decisão, apesar de alguns desconfiarem, de modo a não se criar a ideia que seria um simples passar de tempo até ao final do campeonato, e apesar de algumas interpretações em contrário em todos os jogos até final tomei as decisões que considerei serem as melhores para atingir a vitória em cada jogo.
Quinze dias antes do final da época, voltei a falar com o Presidente que continuava a querer que eu continuasse e aí não só voltei a reforçar a minha decisão, como lhe expliquei os motivos e porque achava que seria o melhor para a ADS e para os jogadores, dando igualmente a minha opinião sobre o perfil de quem me deveria substituir, bem como a pessoa exactamente que eu achava mais indicada, o que viria a acontecer. Nessa altura soubemos que algumas pessoas, sem o nosso conhecimento e à rebeldia da direcção já andavam a falar com treinadores e até a delinear o plantel da próxima época. Assim que terminou o campeonato, nessa mesma semana reunimos com a pessoa em causa, a qual, para minha satisfação aceitou as funções. Acredito que este tenha sido o melhor desfecho para o futuro da ADS.


8.Achas que a equipa sénior masculina tem condições para evoluir?


Claro que sim. Todos evoluímos, todos sabemos algo mais a cada dia que passa, seja individualmente ou colectivamente. A evolução da equipa tem sido gradual, e apesar de alguns altos e baixos, há uma linha evolutiva que é clara e inequívoca, linha essa que não se interrompe nem pode ser cortada, pois o que somos hoje é fruto e reflexo do passado. Como tal, e a partir do que está deve-se passar para uma nova fase, como novos objectivos que farão com que se proceda a um novo trabalho e consequentemente um avanço em frente. Até porque o meu ciclo implicou uma transição em vários aspectos em relação ao que havia e acredito que estando essa transição completa, estão alcançadas as bases para o futuro, para um trabalho mais maduro dentro do que é a realidade do futsal moderno.
Além disso temos um novo treinador, com experiencia no futsal, e que creio e estou certo que fará evoluir a equipa e também o clube. Espero que o que está para trás sirva de base e ponto de partida para o seu trabalho.

9.Esta tua saída do comando da equipa senior masculina é um “Adeus” ou um “Até já “?
As minhas funções na Associação Desportiva Serpinense não se limitavam apenas às funções de treinador, tendo outro tipo de responsabilidades de cariz directivo, funções essas que nem sempre assumi, mas que de facto existem. A minha prioridade nesta altura foi sobretudo que ficasse definido o futuro da ADS em termos desportivos, que arranjássemos um novo treinador e que ele pudesse começar a trabalhar no imediato, seja em planeamento, seja em jogadores. Essa de facto foi a prioridade, e como tal ainda não se falou como será a minha situação futura na ADS. Claro que gostaria de continuar ligado à ADS, seja de que forma for, uma vez que é uma espécie de segunda casa, com uma secção de futsal que ajudei a criar, um clube que acompanhei e nunca abandonei nos bons e maus momentos por que passamos, um clube que ajudei a crescer, mas que também me deu oportunidades de fazer algo que gosto, seja jogar ou treinar, e como tal também me fez crescer e nesse aspecto devo muito ao clube e às pessoas que o compõem. No fundo ADS faz parte de mim e eu faço parte dela, da sua história e isso ninguém pode apagar, nem dela nem de mim. Assim, a seu tempo falaremos sobre essa ligação e se o melhor para a ADS passa pela minha presença ou ausência e em que funções.
No entanto, se a pergunta ia no sentido da possibilidade de voltar a treinar a ADS, esse é um cenário que não ponho, até porque escolhemos um novo treinador, escolha essa, onde a minha opinião e perspectiva foi tida em conta, e acredito que foi uma muito boa escolha, seja do ponto de vista técnico, seja humano, como tal o que mais desejo é o sucesso da ADS, e como tal deste treinador e da futura equipa e que dessa forma possa ficar muitos anos ligado ao clube. Assim, o cenário de poder voltar a treinar a ADS é algo que nem sequer ponho ou imagino que possa acontecer.
Mas jamais conseguirei despedir-me da ADS ou nunca o farei, mesmo estando longe ou se qualquer função prática no clube.

10.Quais são os teus objectivos enquanto treinador para o teu futuro?
Não tenho objectivos específicos enquanto treinador, nem tão pouco me imagino a treinar seja que equipa for. Comecei a treinar equipas aos 21 anos, e em clubes em que estive ligado enquanto jogador, ou seja, existiu sempre uma ligação afectiva, uma ligação com pessoas que me eram próximas. Como tal, nunca pus sequer a hipótese de treinar outras equipas ou fazer disso uma espécie de profissão ou carreira. Ao longo destes anos treinei todos os escalões que existem, entre o Clube Desportivo Lousanense e a Associação Desportiva Serpinense, ganhei campeonatos e perdi, fiquei em primeiro e em último, mas no meio de tudo isto aprendi que os resultados nem sempre devem ser o mais importante, pelo menos na nossa realidade, apesar de serem importantes. Quando na época passada propus a minha saída do comando técnico da equipa sénior da ADS, chegaram-me a convidar para outros clubes, algo que rejeitei no imediato, uma vez que não me imagino a faze-lo fora da minha “casa”. Como tal, e tendo decidido sair de treinador da ADS, o meu futuro enquanto treinador pura e simplesmente não existe. Acaba aqui, até porque nunca fui uma pessoa mediática e que se desse nos meandros e bastidores do futsal, como muitos que o fazem na esperança ou desejo de ir mais além. Para mim, a ADS sempre me chegou, nunca foi um meio mas sim um fim.


11.A nível do clube, o que é que o Serpinense tem de melhor e de pior?
É difícil enunciar o que há de melhor ou pior na ADS, porque mesmo o que é bom, tem por vezes associadas coisas menos boas e vice-versa. Muito bom a ADS tem um conjunto de jogadores, que atravessaram grande parte da sua história ligada ao futsal, que sempre se dedicaram, que muitas vezes se sacrificaram em termos pessoais e profissionais pelo clube. É por isso que não aceito críticas que por vezes foram feitas aos jogadores, porque eles estão lá, a fazer algo que gostam sim, mas dão o seu tempo, a sua entrega, muitas vezes com prejuízos, seja em termos pessoais, profissionais ou até económicos. De muito bom tem a camaradagem e amizade que se criou, independentemente de oscilações aqui ou ali. Tem uma Direcção extraordinária, à qual nem sempre é dado o valor merecido. Tem uma formação que apesar de termos de melhorar em diversos aspectos, começa a dar frutos, com alguns jovens com qualidades e potencialidades muito boas, com entrega, dedicação e gosto pela modalidade e clube.
Mas verdadeiramente, o melhor da ADS é…uma pessoa chamada Pedro (Pedrito) que sempre me acompanhou e esteve a meu lado, nos bons e maus momentos. Jamais esquecerei quando lhe disse que iria deixar de ser treinador, a forma como se agarrou a mim e as lágrimas que derramou, porque essas eu sei serem verdadeiras e sentidas, como nunca esquecerei a alegria que nele vi quando nos apuramos para a final four. É, também, para ele que o meu trabalho era dedicado, para ver nele e noutros essa alegria, algo que infelizmente nem sempre conseguimos.

De pior, talvez possamos falar de infra-estruturas, mas isso é algo que temos tentado ultrapassar e que acredito que a médio prazo se possa resolver, mas pior talvez seja o facto de haver demasiadas pessoas, internamente mas fora da Direcção, a meterem-se em assuntos que não lhe dizem respeito, a falar demais e em nome de outros sem que estes sequer o saibam, a ter opiniões e decisões em nome do clube e da direcção sem que a mesma tenha deliberado sobre o assunto. E esta forma de actuar por parte de algumas pessoas fez com que se criassem divisões internamente, que cada sector e escalão agisse por si próprio, independente da própria direcção, o que criou demasiadas intrigas desnecessárias e até ingratidão, uma vez que o clube “deu a mão” a pessoas que com a sua actuação o têm vindo, sem saberem, a destruir e a deixá-lo mal visto externamente. Há ainda outro tipo de disputas e interesses que muitas vezes não beneficiam a Associação, não sendo elas internas, mas sim da localidade em que está inserida, Serpins, disputas sociais, económicas, politicas que muitas vezes são trazidas de fora para dentro do clube, por pessoas que nunca tiveram uma ligação ao clube, tendo em vista unicamente um benefício pessoal.

12.Sabendo que a ADS pode melhorar, qual a melhor forma de o fazer?
A nível de infra-estruturas, já o disse temos trabalhado no sentido de melhorar as condições desportivas do clube, mas não só. A Associação, apesar de dedicar a sua actividade quase exclusivamente ao desporto, tem do meu ponto de vista responsabilidades na comunidade em que se insere e como tal há áreas nas quais sempre achei que a ADS deveria estender as suas actividades, nomeadamente na vertente social por exemplo. Acredito que no futuro tal será possível e do interesse de todos, e a melhoria das infra-estruturas poderia potenciar essa situação.

13.Deixa uma palavra a todos os atletas, sócios e simpatizantes do Serpinense….
Acima de tudo o meu muito obrigado por tudo, pela oportunidade, pelo carinho, pelo respeito, porque aquilo que houve de menos bom é para esquecer e apenas quero ficar e recordar todas essas coisas positivas que atingimos e conquistamos, as amizades, o convívio, a cumplicidade.
No entanto, não poderei deixar de referir o pouco apoio existente por parte dos adeptos ou população serpinense em relação ao clube. Isto é uma questão que atravessa o tempo, pois desde o primeiro momento que se criou a Secção de Futsal que o apoio nunca se sentiu.

14.Gostarias de dizer mais algo que ficou por dizer?
Mais importante da ADS é a própria ADS e o seu futuro. As Direcções mudaram, os treinadores mudam, os jogadores mudam, os directores mudam, mas o clube permanece sempre, ou melhor, deverá permanecer sempre. Presentemente, acredito que fizemos a melhor opção para comandar a equipa sénior da Associação, seja em termos de competência desportiva, seja como pessoa, e como tal o que peço a todos os directores, jogadores e adeptos é que o recebam bem, que o apoiem e acarinhem, que aceitem as suas ideias e projectos. Da minha parte é o que farei.

Para finalizar, em poucas palavras descreve:
(é conhecido que nunca escrevi no blog nem teci algum tipo de comentários na internet e que sempre fugi de dar estas entrevistas, no entanto, já que será o meu último acto como treinador, acedo ao desejo, neste caso do Tiko. Também sempre fui contra escrever seja o que for sobre os jogadores fora do balneário, mas atendendo ao contexto, permito-me a abrir uma excepção às minhas próprias regras.)

Paulo (presidente): Um grande amigo dentro e fora do clube. Tal como o disse anteriormente, a pessoa certa no lugar certo. Acredito que é a melhor pessoa para gerir os destinos do clube, e cuja visão poderá levar o clube muito longe, se o deixarem e o ajudarem. Da minha parte, poderá sempre contar com essa ajuda, dentro das minhas possibilidades.

Pedrito: Como já disse antes, uma das melhores coisas que a ADS tem, senão mesmo a melhor. Esteve sempre a meu lado nos bons e maus momentos e é das pessoas que mais me custa separar. Um exemplo de simplicidade e humildade para todos e de uma dedicação a todos os níveis notável.

Miguel (cap): Um exemplo para todos, incluindo para mim. É das pessoas que tenho mais orgulho de ter como amigo, sentindo-me um privilegiado que me considere seu amigo também. Um modelo em termos de postura, de carácter e integridade. Justamente e merecidamente o capitão de equipa não só para os jogadores como para mim.

João Bitor: Uma das boas pessoas que o desporto e que a ADS me permitiu conhecer.
De facto foi uma honra durante estes anos estar ao seu lado, apesar de nem sempre concordarmos um com o outro. Apenas lamento que não tenha acabado a época pois acho que terá sempre muito para dar ao clube seja de que forma for.

Tiko ( Tiago Adelino): Uma das grandes esperanças da Associação, e não apenas no campo desportivo. Nesse aspecto tem tudo para ser um grande guarda-redes, aliás, em alguns capítulos já o é. Só falta melhorar alguns aspectos, que o tempo e experiência lhe darão para ser de topo. Foi pena a sua ausência este ano, pois era o que estava em melhor forma. Fora do campo desportivo acredito que poderá dar muito ao clube, pois é uma pessoa que adora futsal e mais que tudo sente o clube como poucos, tendo perfil para exercer outras funções no clube, uma vez que se dá com toda a gente, sendo uma pessoa consensual. Só faltará mesmo, uma vez que todos falam com ele, aprender a distinguir o certo do errado, o verdadeiro da mentira e as reais intenções das pessoas.

Pedro: O Pedro veio de novo esta época, mas foi das pessoas que mais me surpreender, e não só na esfera desportiva. Como pessoa fiquei bastante agradado com a sua forma de ser e considero que foi uma mais-valia para o clube.

Xico: Esta seria a sua época de afirmação, não tenho qualquer dúvida. Aliás começou muito bem a época mas com tudo o que aconteceu foi das pessoas que mais acusou a falta de controlo emocional. Enquanto pessoa sempre foi das pessoas que mais gostei, e talvez por isso tenha massacrado tanto ao longo destes anos.

João Paulo: O João Paulo já o conhecia á vários anos, já que o havia treinado nos Juvenis e Juniores. Já na altura apresentava altos índices em termos físicos, algumas potencialidades técnica, e grandes lacunas a nível táctico. Com o passar do tempo não mudou em nada, não sendo a isso alheia a sua maior característica. Uma grande teimosia. No entanto continuo a acreditar que poderá dar muito ao futsal, se aprender a ouvir, se aprender a aceitar os conselhos que lhe dão, e assim controlar-se a ele próprio.

Márito: Sempre gostei do Márito enquanto pessoa, considerando a pessoa perfeita para ter num plantel. No que diz respeito á vertente desportiva propriamente dita confesso que tinha bastantes receios da sua adaptação ao futsal, e creio que ela ainda não está plenamente feita. Vinha de um desporto diferente onde era “o maior”, para um desporto novo e no qual em termos competitivos não é tão fácil como parece de fora. Teve altos e baixos, mas no dia em estiver plenamente adaptado ao futsal e que souber rentabilizar aquele pé esquerdo e os remates que saem dele poderá ser muito útil a qualquer equipa, só foi pena não ter vindo mais cedo.

Fábio: O Fábio, sem o querer ser, nasceu para ser líder, e no dia em que se sentir confiante para o ser será um jogador de eleição. Até lá é muito bom e mais que isso é muito boa pessoa. Sei que a imagem que transmite lhe é confortável, é o mais fácil, mas todos os outros já o vêm como esse líder menos ele, ou não quer ver. É mesmo muito bom jogador, e não é o acaso que o fez ser o melhor marcador nas duas últimas épocas, mesmo sendo um fixo.

Tiago Faisão: O Tiago, bem o Tiago é o Tiago! Ideal para ter em qualquer equipa e confesso que depositava grandes esperanças neste regresso, visto que a adaptação já estaria feita. Na verdade a época que passou fora fez com que se começasse quase do zero mas também o conheço e sabia que nunca deixaria de lutar e rapidamente voltou a assimilar o que havia “esquecido”. Pelo meio o casamento, que foi mau em termos desportivos, mas muito bom para ele e isso é que verdadeiramente interessa. Depois recuperou o tempo perdido e esteve muito bem, mas depois houve as lesões…

Joca: O meu maior fracasso enquanto treinador, sempre o admiti! Em todas as pré-épocas fui contestado, houveram sempre vozes discordantes em relação a tê-lo como jogador, mas sempre o quis, sempre disse que ele tem potencialidades dentro dele e continuo a acreditar nele, mas nunca consegui rentabiliza-las. Só espero e desejo que o novo treinador o consiga porque é uma excelente pessoa, como já não existem. Só falta além de se controlar em termos emocionais, fazer nos jogos o que faz nos treinos.

Moreira: O meu segundo maior fracasso enquanto treinador. O Moreira nasceu para jogar Futsal, tendo todas as características necessárias para ser um jogador de topo, só falta mesmo esse controlo emocional indispensável em competição. Eu não consegui, mas a maior alegria que poderia ter é um dia vê-lo jogar rentabilizando a plenitude das capacidades com que nasceu.

Carlos: O caso do Carlos acaba por ser um desperdício. Fui o primeiro treinador dele, tinha ele uns 10, 11 anos e desde logo gostei dele. Tem potencialidades muito acima da média e um toque de bola fantástico, mas para ser um jogador fantástico tem de trabalhar, tem de treinar e se optar por não o fazer, mais que um desperdício, vai ser uma perda para o próprio desporto.

Gonçalo: Facilmente se nota que as noções e potencialidades estão lá mas nunca as conseguiu rentabilizar, ou eu nunca as consegui rentabilizar ao máximo. A adaptação ao futsal de competição nem sempre é fácil e por vezes demora muito tempo, sendo preciso ter paciência. O facto de ter vindo com a época já a decorrer também não ajudou mas se continuar acredito que poderá dar muitas alegrias ao clube, ou seja, muitos golos.

Cláudio: Com o meu abandono enquanto jogador, tornou-se o jogador mais velho em termos de futsal no clube, sendo muitas vezes incompreendido, no entanto ele próprio nem sempre ajuda. No entanto, que nunca ninguém tenha dúvidas da sua dedicação ao clube e ao jogo, por vezes não o demonstra da melhor maneira, mas quem já o conhece sabe como é. Ao longo destes anos terá sido o mais sacrificado do ponto de vista posicional, mas também o que melhor se adaptou às diferentes exigências que coloquei. Sei que foi, a quem mais custou, a minha forma de gerir o plantel, mas soube manter a postura e respeito e nisso admiro-o.

Mário: Evoluiu muito na sua posição, aliás está hoje completamente adaptado às exigências do futsal moderno e é um jogador de muito futuro. Só lhe falta mesmo melhorar a finalização e ser mais regular. Enquanto pessoa, sempre foi das pessoas com quem gostei mais de falar.

Joel: O meu maior arrependimento esta época! O Joel começou a treinar connosco já á dois anos e meio, vinha de outro desporto e nunca tinha jogado. Adaptou-se bem ao grupo e evoluiu muito desportivamente porque quis sempre ouvir e aprender, e nisso tenho que admirar a sua postura. Foi inscrito na época passada e nesta época foi o meu maior arrependimento não o ter feito, porque independentemente da maior ou menor qualidade foi sempre uma pessoa que tentava fazer o que lhe era pedido e que se esforçava para o conseguir. E isso não só respeito como admiro e nesse sentido peço-lhe as minhas desculpas.

Xano: Deposito grandes esperanças no Xano, sendo detentor de capacidades que admiro. Já lhe disse que um dia será capitão desta equipa, e caso não o seja é porque estará num clube de maior dimensão. Efectivamente, é o jogador que qualquer treinador deseja ter, trabalha, esforça-se, ouve e aplica-se, claro que há muitas coisas para evoluir e aprender, mas está no bom caminho e se jogou neste final de época foi porque trabalhou para isso, porque o mereceu por aquilo que fez em treino, não por favor ou para cumprir.

Paulo: O Paulo tem potencialidades para se tornar num Pivot de elevado nível, já que tem uma potencia e precisão de remate muito elevada, no entanto a competição sénior é muito árdua por vezes e diferente do que tem estado habituado até agora. Com trabalho e paciência conquistará o seu espaço ao longo do tempo.

Estes foram os jogadores que compuseram o plantel desta época, mas já que abri esta excepção, falarei igualmente de outros nomes que treinei ao longo destes 3 anos:
Garola: O mais completo jogador de Futsal com quem já joguei e treinei. De facto, é para mim o melhor jogador com quem joguei e um grande amigo. É verdade que lamentei a sua saída, mas nunca deixamos de ser amigos por isso e é das pessoas que mais admiro e respeito.

Costa: Sempre disse que as coisas mais extraordinárias que vi serem feitas dentro de um campo de Futsal (exceptuando o Falcão!), foram feitas por ele, mas por vezes as maiores azelhices. Ainda bem que as extraordinárias foram mais que as azelhices. Foi e será sempre um dos meus grandes amigos e um desportista de eleição.

Nascimento: Mais um dos jogadores da “velha geração”, um exemplo competitivo, por vezes até em demasia, mas foi e é o verdadeiro jogador de futebol em toda a sua essência e plenitude. Um dos bons amigos dentro e fora do campo.

Xaraita: O xaraita veio dos juniores nessa politica de aproveitamento da formação e foi dos jogadores que tendo por base o ponto em que estava, mais evoluiu, no entanto depois aleijou-se e acabou por se perder.

Júlio: O Júlio é uma daquelas personagens que não existe. Praticamente sempre esteve connosco, apesar de alguns arrufos e intervalos. Quando fui para treinador e sabendo que também ele desejava voltar, falei com ele e expliquei-lhe quais as minhas condições, qual a minha visão do futsal e como as coisas iriam ser geridas e quais os meus planos e visão dele. Ele aceitou, mas num determinado momento começou a querer mais do que aquilo que eu lhe tinha dito que lhe poderia dar e claro está, como outras vezes partiu. Mas como o bom filho a casa torna, acabou por voltar ao clube para minha satisfação. Este ano era para ajudar nos seniores mas tal acabou por não suceder…em circunstancia ainda por esclarecer!

Leitão: O Leitão veio para o futsal sem nunca o ter praticado, tinha uma capacidade atlética muito acima da média, muitas noções tácticas mas algumas lacunas técnicas, mas mais que tudo uma intransigência e teimosia muito acima da média. Mais uma das minhas teimosias ao principio, já que foi uma opção minha, mesmo sabendo os riscos que corria, pois muitos não queriam que o inscrevesse. Sempre foi das pessoas com quem mais gostei de falar apesar de tudo e tal como eu, sempre achei que tinha mais para dar ao clube e ao desporto como treinador do que como atleta. Demonstrativo disso é o bom trabalho que tem feito junto das camadas jovens.

Rui: O Rui veio jogar nos seniores da ADS num contexto sempre difícil, uma vez que paralelamente treinava a equipa feminina, o que não era fácil nem para ele nem para mim, já que era complicado conciliar treinos e jogos das duas equipas. Desportivamente para mim era um bom jogador, no entanto as suas características e componente física não se adequavam plenamente a um modelo de jogo que estava a ser implementado, no entanto em certas situações de jogo era bastante útil, especialmente nas bolas paradas. Tem feito um bom trabalho na equipa feminina e assim espero que continue.

Luís: O Luís foi o nosso Guarda-Redes durante muitos anos e tenho pena que tenha tido de ir embora, mas as coisas são mesmo assim, já que foi o melhor para a vida dele. Jamais esquecerei as simulações que fazia nos treinos e os sustos que nos pregava…mas só ao princípio!

Zé: Quando o Zé veio dos Juniores tinha uma capacidade atlética muito acima do normal, elevadas potencialidades técnicas e grandes lacunas tácticas. Neste seu regresso (na época passada) eu falei com ele e disse-lhe que do ponto de vista táctico teria de mudar muita coisa, caso contrário nunca conseguiria jogar. Mas ele também já era uma pessoa diferente e algumas capacidades também, fisicamente estava muito mal. No inicio da época teve muitas dificuldades em se adaptar às novas exigências do futsal mas tentou e melhorou muito em termos tácticos e isso fiz questão e enaltecer e referir dentro do grupo. No entanto houve um capítulo do jogo no qual nunca mudou, que foi na questão das faltas, e no futsal elas têm um papel preponderante. Várias vezes insisti para o facto de se ter de controlar, mas a verdade é que entrava em campo e ficávamos tapados, e dessa forma tinha de o tirar novamente. Falei várias vezes com ele em relação a isso mas tal não se alterou até que um dia desapareceu, sem nunca me ter dito nada até hoje. Acredito que ultrapassando essa componente do jogo poderia perfeitamente jogar.

“Muita coisa certamente ficará por dizer, mas não o meu amor ao clube e o agradecimento a todos os que sempre estiveram a meu lado e me apoiaram ao longo destes anos…
FORÇA SERPINENSE…SEMPRE!”



Chegou assim ao fim, mais uma grande entrevista. Grande em tamanho, mas também grande em conteúdo. O trabalho do Olavo, não se resume apenas ao presente, mas também ao passado, onde como já vimos representou a Associação Desportiva Serpinense, com bastante esforço , dedicação e amor à camisola. Ao Olavo, desejamos desde já a maior sorte e sucesso no seu futuro dizendo-lhe que foi para nós uma honra tê-lo primeiramente como jogador e posteriormente como treinador a representar o nosso clube. Esperamos ainda que fique ligado ao nosso clube, pois é um exemplo para todos e seguramente um dos símbolos da Associação Desportiva Serpinense!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Entrevista a Miguel Melo



E o entrevistado desta semana é o nosso treinador da equipa Senior Masculina, Miguel Melo. Depois de uma longa ausência nas nossas entrevistas, voltamos em grande ! Prometemos não parar por aqui e em breve teremos mais uma entrevista, nomeadamente com alguém que vai estar sempre ligado ao Serpinense ! Mas para já, aqui vai a entrevista feita ao Miguel Melo !

Nome : Miguel Melo
Idade : 35
Percurso: Ex. Jogador de futsal no C.F.Santa Clara.(2ªdiv. Nacional;3ªdiv. Nacional;Div. Honra da A.F.C. e 1ªdiv. distr. da A.F.C.)
Como treinador: C.F.União de Coimbra(séniores femininos); U.D.R.Cernache(séniores B); Selecionador da Região Militar do Norte; C.F.SANTA CLARA(seniores) ; AD Serpinense
Função : Treinador da equipa Sénior Masculina do Serpinense


1-Fala-nos um pouco de ti para te conhecermos melhor…
Estou no Futsal Federado desde os meus 18 anos como ultimo ano de júnior pois estava no Futebol 11 desde pequenito, mas sempre gostei mais de Futsal e sempre que podia jogava com os amigos ou em torneios. No meu primeiro ano de Futsal, joguei nas camadas jovens (juniores) da AAC, em que o Miguel Tente e o Ponce Leão eram os treinadores e seniores da AAC. No 1º ano de Sénior, o Treinador da AAC não queria que eu parasse apesar de não ter grandes hipóteses de ser utilizado e como tal propôs a minha ida para o Santa Clara, um clube que para mim foi uma Família de Amigos. Nunca mais sai desse clube como jogador. No final da 5ª época como Senior, e por estar ausente do país por motivos de trabalho e problemas no joelho decidi parar de jogar. No entanto, continuei ligado à modalidade tirando o curso de Nivel 1 de treinador. Gostei bastante do curso e conheci pessoas incríveis que jamais esquecerei. No final do curso o Professor Arlindo Matos propôs um projecto muito interessante, o qual aceitei. Depois tirei o curso de nível 2 que possuo até aos dias de hoje…
Até hoje ganhei amigos, conhecidos e conhecimento de jogo. Já as equipas onde passei ganharam algumas coisas!!



2-Como te qualificas enquanto treinador ?
Eu não posso dizer que sou “assim ou assado”. Bom ou mau, sou como sou !
Os que trabalham ou trabalharam comigo é que devem responder a esta questão…
Só posso dizer que dou o que posso !

3-Como se deu a tua chegada ao Serpinense ?
Atribulada pois tive que levar o meu filho e a entrada no pavilhão foi um pouco atrapalhada (risos).
Mais a sério, o convite chegou por intermédio do nosso presidente Paulo Simões! Claro !

4-Foste bem recebido em Serpins ?
Sim tinha muita gente, muitas fotos…. (risos)
Vou deixar a brincadeira ! Claro que sim, as pessoas de Serpins do pouco que já vi dão a confiança para se trabalhar bem e a sensação de serem boa gente !

5-A imprensa local e regional deu um grande destaque à tua chegada ao Serpinense. Esta foi para ti uma opção de risco?
Não esperava que tivesse tanta divulgação esta minha opção. Se é de risco ? Não !! É um novo desafio e gosto muito de desafios !


6-O facto de seres ainda um treinador jovem, pode influenciar a tua prestação no comando da equipa ?
Jovem é o Vilas Boas, eu tenho 35 anos ! (risos)
Não vai fazer a diferença com toda a certeza. A relação e o respeito vão estar sempre presentes pela positiva !


7-Quais são os teus objectivos para a próxima época?
Os meus objectivos vão ser aqueles que a equipa se propuser a alcançar dentro do grupo de trabalho !

8-Para alcançares esses objectivos são necessários reforços ?
Não vou ainda falar disso… desculpa ainda estou a conhecer quem está cá e a ver o que vai ser o campeonato 2011/2012.

9-Em 3 anos, Firmino Olavo consegui uma presença na final four e uma subida de divisão. Esta é uma herança pesada ou é um estimulo para encarar o teu futuro no clube?
O que o Olavo fez é muito positivo e se fizer melhor é muito positivo também ! O Futuro vai sendo traçado com o tempo a correr na nossa direcção ! Não me agarro às coisas…. As pessoas devem olhar mais para o presente e traçar o caminho mais correto possível.


10-Neste pouco tempo em que estas em Serpins, qual consideras a maior diferença entre a Associação Desportiva Serpinense e a equipa do Santa Clara que anteriormente orientavas?
Ainda vamos ver quais as diferenças ou as semelhanças !
Mas ambas devem tentar sobreviver a dias difíceis e lutar por melhorar !

11-Desde que chegaste, o que achas que o Serpinense tem de melhor e de pior?
É muito cedo para falar, mas dá a sensação que aqui se vive mais o clube , o que é bom ! De pior só a obrigação de jogar na terceira parte, sem ter ritmo competitivo ! (risos)

12-Em que medida podes contribuir para a evolução do futsal em Serpins e no Concelho da Lousã?
Espero que a nossa equipa tenha bons resultados para que seja possível um maior alargar de horizontes , bem como uma maior captação de atletas e adeptos.
Posso dizer que um dos motivos que me fez aceitar o convite da ADS foi o facto das pessoas me questionarem se havia equipas na Lousã, ou a incógnita de onde era Serpins !!
É um pouco estranho, mas gostava que o Futsal na Lousã/Serpins estivesse ao nível do Andebol, do Vólei ou do Rugby no nosso concelho!


13-Quais são os teus objectivos para o futuro ?
Para o futuro, espero continuar a ter trabalho e equipa para treinar… e dentro das possibilidades evoluir.

14-Qual é o teu comentário critico à não continuidade do Futsal Senior Masculino da equipa do Santa Clara?
Os Directores e Presidente do Santa Clara devem ter tomado esta decisão de uma forma bem ponderada ou então porque não foi bem estudada. Não quero falar sobre isso pois sou contra e estive dentro do possível a tentar que isso não acontecesse…
O Prazo era de 24 horas para se arranjar uma quantia muito elevada que havia sido exigida pelo Presidente. Do impossível, passámos a objectivo cumprido, mas para nosso espanto ao informar o presidente de tal feito, este proferiu a seguinte frase “ Estão a tentar comprar-me? “
Queria deixar uma mensagem de muito apresso e admiração ao capitão da equipa – Bruno Santos vulgarmente conhecido por “Ardidas” pois só ele lutou por aquelas 24h ( mais ninguém !!)

15-O que achas do futsal em Coimbra?
O Futsal em Coimbra esta longe de ser referência e a sua evolução está bastante difícil ! Por diversos motivos, mas muito se deve ao facto de já não existir o tal gosto e associativismo de outros tempos ! Os “jogadores” são disso exemplo : Sem dinheiro não vão ou não jogam !!
Era um tema longo para se debater, mas prefiro discutir noutros locais…
Os treinadores são parte da culpa, pois a sua formação não é evolutiva e as camadas jovens são uma miragem ou o último recurso. Quando os mais “competentes” deveriam ter a formação a seu cargo !!



16-Queres destacar aqui 2 ou 3 pessoas de Coimbra ligadas ao futsal, pela sua qualidade e trabalho nesta modalidade? (jogadores,dirigentes, etc...)
É difícil … Vou com certeza falhar com alguém, mas como está agora a ser bastante falado por motivos “menos positivos” queria destacar o árbitro António Cardoso, uma referência para muitas pessoas ligadas ao Futsal ! Não vou referir mais ninguém, porque os que não falar sentem que não estão lá, e vão sempre pensar que havia muitos outros do seu nível ou até por amizade que são referência !

17-Deixa um palavra a todos os atletas, sócios e simpatizantes do Serpinense….
Atletas --->Trabalho e Empenho
Socios e Simpatizantes do Serpinense ---> Acreditem e Apoiem


18-Gostarias de dizer mais algo que ficou por dizer?
Gostava de dizer que acredito no trabalho de um bom grupo que rema todo no mesmo sentido e no mesmo ritmo !!
Espero que seja uma boa época desportiva e que os objectivos sejam alcançados !


Chegamos assim ao fim de mais uma entrevista ! O nosso trabalho prima pela qualidade, e fomos os primeiros a entrevistar o novo treinador do Serpinense. Esperamos que o Miguel Melo tenha o maior sucesso no nosso clube e que mostre toda a sua qualidade com este grupo de trabalho magnifico que está cheio de vontade de trabalhar e evoluir !
Força Miguel
Força Serpinense !!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pedrito comemora mais um aniversário !

Apesar de já vir com algum atraso, não poderia deixar de dar os parabéns ao nosso grande amigo e roupeiro da Associação Desportiva Serpinense, o Pedrito que comemora mais um aniversário. Não me canso de dizer que os homens não se medem ao palmos, e o Pedrito é sem dúvida um Homem com H grande ! Se a Associação Desportiva Serpinense tem crescido ao longo destes últimos anos, também o deve ao Pedrito, uma pessoa que da tudo por este clube e que se entrega com amor e esforço às nossas equipas. Ele é o expoente máximo do amor de uma pessoa ao Serpinense, ele é o nosso grande Pedrito, queremos que fique connosco durante muitos anos !! Obrigado Pedrito